Trânsito
(Prosa Poética)
O som da chuva, o barulho do motor.
Misturam-se ao velho jazz que ecoa dentro do carro.
Luzes piscam disformes através do vidro embaçado.
Noite escura, molhada, atmosfera carregada.
Os deuses... Senhores do tempo se agitam
O Céu brilha com raios cortando o espaço
A cidade sendo lavada e inundada.
O bem e o mau, nascimento e morte
Andando lado a lado, de mãos dadas
Em seu caminhar infinito
Carros andam lentamente exalando gases mortais
Comandados por apitos e faróis coloridos
Dentro de carruagens metálicas homens se sentem seguros
Uma procissão segue feito uma centopéia luminosa.
Gigantesca e monstruosa
Os caminhos de asfalto viram uma terrível armadilha
Agora não há mais para onde ir, tudo parou
O rio transbordou e os homens feitos ratos
Dentro de suas Armadilhas metálicas
Imploram aos deuses do tempo, pedem clemência.
Arrogantes e covardes que destruíram sua própria casa.
E não há ninguém lá em cima para salvá-los.
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