Este Blog tem como objetivo, divulgar os textos dos novos autores da Literatura Brasileira.
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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Desvelado Espectro


Os cacos de vidro
Que berram meus olhos,
De suas sementes, crescentes espinhos
Ainda balsamam as veredas de meus caminhos.

Defloro cada lágrima que, ufana,
Mesclou-se com o suor de sua carne branda
Revivo todos os longos devaneios
Que para o além edenizaram os meus anseios.

Sou êxtase transbordado
De amores inventados...
Sou flor desabrochada
De saudade crescente sou regado...

Vivo a esperar
Pela volta da chama atroz:
Vinho corrente em minhas veias...
Rubro incenso, sangue legítimo do Inferno!

Peregrino enclausurado,
Pela lamparina cintilante maculado
Enfermo boêmio, vagueio pelas suas curvas
E alanceio-me tétrico
Adentro de seu desvelado espectro.

Seu corpo desnudo, aveludado de desejo
Perpassa as pétalas de meu destino
Harpa rouca... murmúrio penetrante...
Maré lasciva... Ó, seu odor íntimo...
Suga-me! Arruína-me! Arruína minha vida...!

***

Meus lábios cantam apenas aos seus...
Eu derreto o seu prazer,
Alucino-me por todo o seu deleite...
Sou fênix felina... Fênix do amor...
Minhas cinzas uivam em busca de seu ardo
r!



sexta-feira, 30 de agosto de 2013




" TEMPO "

Sou flamejante, o limite do criado.
Mas eu não sou estado, sou sempre.
Sou aliado do calmo, um fardo do atrasado.
Mas eu prendo, determino, embora eu seja livre.
Mambembe aquele que em mim estiver amarrado.
O passado é o seu futuro, o seu destino torpe.
Pois se estiver em mim, estará condenado...

Sou fluido, um movimento constante.
Não sou palpável, não sou controlável.
Sou apenas um pulso, apenas instante.
Não obstante sou sempre, estável.
Sou inviolável, e do fim um brado retumbante.
Incessante rumar inegável... Abominável.
Inesgotável tic-tac, apavorante...






ENIGMÁTICA...

Para mim não há outra, és única
Em meio a tantas, apenas tu me interessa
Quero sentir teu cheiro, teu gosto, sem pressa
Desejo-te, desejo-te agora, como nunca

Foste feita para mim, és perfeita
Quero decifrar a essência tua
Quero desnuda-la, e uma vez nua
Desvendar por fim, de que és feita

O que te destaca entre outras tantas?
O que faz de tu tão preciosa?
Tem algo mais, não é apenas gostosa

Algo que me fascina, me encanta
Que enigma se encontra além desta garrafa?
Tento decifrar... enquanto sirvo-me de mais uma taça


domingo, 3 de junho de 2012




Entrego-te esta folha, minha despedida,
Anúncio minha partida, e entrego-te estes versos,
Parto sem rumo, meu destino é incerto...
... buscarei novos ares, uma nova vida...

E quem sabe assim, longe, eu consiga...
... um dia por fim a est’ esperança...
Apagar-te, enfim, de minhas lembranças...
... e esquecer que ainda amo-te, minha querida

Entrego-te meus versos, nesta folha manchada,
Pelas lagrimas que foram causadas...
... por meu pranto silencioso, e desesperado

Já não suporto este viver infausto, esta dor...
... d’ estar tão próximo a ti... e não ter o teu amor...
Te dou meu poema sujo... e parto...


sábado, 10 de dezembro de 2011


" PREZADOS POETAS "


Prezados poetas, postem palavras...
Publiquem poemas puros, picantes, promovam pensamentos positivos, profanos, promíscuos. Provoquem plateias, padres, plebeias, palavreiem pomposas poesias, porém, pesquisem para poderem publicar palavras polidas, produzidas perfeitamente. Ponham pontos, pronomes pessoais, provérbios, produzam pérolas, pois palavras perdidas perdem poder. Promovam plebiscitos populares, palestras particulares, promulguem projetos pela prudência, pela proteção, pronunciem propostas protestantes, perpetuem prosas, presenteiem pessoas pelas palavras, poetizem poentes, picos, profundos, princesas, praias, prazeres. Proscrevam procedimentos patéticos, psicóticos, pontuem problemas, proibições, pautem promessas partidárias, preparem-se pelo passado. Prescrevam páginas pedindo paciência, pedindo PAZ. Poetem por puro prazer, por possessiva paixão pelo Português, por paixão pela palavra.




" A FOLHA "

Pena amada... Debruce-se em mim.
Inunde-me de versos e poesias.
Registre o belo e o encanto com nanquim.
Eternizando sonhos, dores e alegrias.
Descreva o céu, o mar, o perfume do jasmim.
Exponha em letras as mais doidas fantasias.
Pois desnudo-me a ti, pra preencher-me enfim.

Estou tão sozinha, tão em branco...
Aguardando teu mais doce bailar.
Faça-me prosa... Faça-me conto...
Deixe-me linda para o mundo eu enfeitar.
Entre linhas e parágrafos, ponto...
Lágrimas e sorrisos eu guardar.
Pois serei eterna, se você me transformar.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

BRINDEMOS...

Em meio à escuridão do meu ser
Neste vazio imensurável
Faz um frio insuportável
Sinto Minh’ alma adoecer

A Saudade se faz presente
E a Solidão, companheira eterna.
Sentam-se a Mesa do Banquete
Juntos brindamos a Ela

Uma taça de amor
Uma taça de ilusão
Uma dose de sonhos
Outra de decepção

Sua ausência se faz presente
Neste ambiente fúnebre
Onde brindamos à tua existência
“tim tim”... Saúde!